Como se Caracteriza Uma Competência? Que Competências São
Exigidas do Profissional Moderno? Como Implementar Um Modelo de Gestão de
Pessoas Por Competências? 
Somos todos protagonistas e testemunhas de uma fantástica rapidez na evolução dos mais variados ramos do conhecimento humano e, essa velocidade, muitas vezes é representada pelos contínuos aperfeiçoamentos e pelas inovações nos campos científico e tecnológico. Inseridas nesse entremeado de realidades técnicas, econômicas e sociais em constante mudança encontram-se as pessoas – através de quem os fatos acontecem – e as organizações, as quais são formadas por elas e de quem dependem. Nesse encontro – cuja sinergia sustenta a realização profissional das primeiras e é fator essencial de sobrevivência para as segundas – ressurge com grande força o papel do trabalho de equipe, da liderança e da gestão participativa, exigindo dos modernos profissionais perfis nunca antes imaginados. As mudanças contextuais vêm instigando as organizações a realinharem suas práticas de gestão e suas estratégias para garantir sua participação na sociedade futura.
A velocidade das mudanças, as exigências do cliente / usuário, o alto nível de complexidade no ambiente de trabalho, a necessidade de compatibilizar desempenho com objetivos organizacionais, a gestão do conhecimento, a administração da compatibilidade entre as gerações Y e I em um cotidiano cada vez mais competitivo e com foco em resultados, exigem do profissional competências que vão além da execução de tarefas, o que faz com que a organização busque fortalecer a capacidade de aprender e reaprender de seu corpo de colaboradores. Diante de tudo isso, surgiu o modelo de Gestão de Pessoas por Competências, cuja vantagem é que ele permite direcionar o foco, concentrar energias no que é necessário trabalhar para que a organização alcance os seus objetivos operacionais e estratégicos, pois de nada adianta elaborar uma lista extensa de capacidades necessárias, se não conseguir dar destaque e desenvolver aquelas que poderão ter mais impacto nas necessidades reais da organização. Diante disso, surge a pergunta – o que são competências?
Uma competência se caracteriza pela integração e pela coordenação de um conjunto de habilidades, conhecimentos e atitudes (também conhecido por CHA) que na sua manifestação produzem uma atuação diferenciada. Elas não se restringem a uma área específica da organização; estão difundidas de forma ampla em toda ela. As organizações da atualidade são convocadas a deixarem um modelo de atuação mais focado nas habilidades estáticas, que não leva em consideração as particularidades de sua própria cultura e valores, para um modelo que incentive o aprendizado, a formação de recursos subjetivos, simbólicos, significativos e relacionais. Nesse contexto, o desempenho humano nas organizações é visto tanto como uma forma de expressão da satisfação e realização pessoal quanto da materialização de competências e habilidades que atendam às novas demandas, necessidades e realidade das empresas e dos negócios presentemente. Podemos dizer que competência é o conjunto de atributos adquiridos no processo de interação sujeito-mundo, no qual a experiência com o trabalho dita o curso de competências a ser desenvolvido. Vamos então conhecer o conceito de competência citado por diversos experts na área:
“São repertórios de comportamento que algumas pessoas dominam mais do que outras, o que as tornam eficazes em determinadas situações”. Carlos Ramirez Passo – Psicólogo, Consultor em RH, Diretor Executivo da Tenciona al Cliente;
“É um conjunto de habilidades, conhecimentos e atitudes que contribuem para uma atuação de destaque, de excelência em determinados contextos”. Maria Rita Gramigna – Diretora da MRG –Consultoria e Treinamento Empresarial;
“Saber agir de maneira responsável (...) implica mobilizar, integrar, transferir conhecimentos, recursos, habilidades, que agreguem valor econômico à organização e valor social do indivíduo”. Maria Tereza Fleury – vice-diretora da FEA-USP;
Então, pode-se dizer que a diferenciação da competência é quem agrega conhecimento, habilidade e atitude, ou seja, o profissional tem que deter o conhecimento aplicá-lo de forma prática e ter atitudes compatíveis para o desempenho. SER competente está relacionado com um bom desempenho numa determinada tarefa, porém, não garante que o desempenho continue bem. TER competência para a realização de uma tarefa significa ter conhecimentos, habilidades e atitudes compatíveis com o desempenho e ser capaz de colocar esse potencial em prática sempre que necessário. Temos sempre que levar em consideração a diferença entre: Saber – Saber fazer – Querer fazer, pois a competência engloba as três instâncias. Antigamente, se observava apenas a habilidade técnica do profissional, mas hoje este quadro mudou e muitos trabalhadores, considerados exímios tecnicamente, estão sendo desligados das suas atribuições pelas inadequações apresentadas de cunho meramente comportamental. A definição de Competência está baseada então nessa tríade conhecida como CHA, que são os conhecimentos, as habilidades e as atitudes que uma pessoa possui. O conhecimento tem relação com a formação acadêmica, o conhecimento teórico. A habilidade está ligada ao prático, a vivência e ao domínio do conhecimento. Já a atitude representa as emoções, os valores e sentimentos das pessoas, isto é, o comportamento humano.
Competências Exigidas do Profissional Moderno
O cenário mundial a todo o momento é influenciado por mudanças acentuadas, seja no campo da ciência e tecnologia, remetendo as organizações à prática de novos padrões de valores e de comportamento, enfrentando desafios e quebrando paradigmas necessários à sua manutenção no mercado de alta concorrência e competitividade. No mundo atual, a maioria das organizações tem acesso às informações e à tecnologia; tratar essas informações com maior rapidez, alcançando o que se pretende é o grande desafio; portanto o diferencial está no pessoal que a empresa formou e dispõe. A competência humana é fundamental para lidar com o nível de transformações que se apresentam. O sucesso do ano anterior não é a garantia do sucesso futuro, portanto, as organizações devem estar sempre preparadas para as mudanças que estão ocorrendo e preparadas para enfrentar aquelas imprevisíveis, que, certamente, farão a diferença na tomada de decisões diante dos concorrentes.
O novo profissional não é formado por um curriculum vitae abarrotado de cursos, é principalmente, o que consegue equilíbrio entre a inteligência racional e a inteligência emocional. Precisa, antes de tudo, exercitar e praticar o espírito coletivo. Junto a essa nova forma de profissionalismo, a competência chega com um novo significado, que deixa de ser apenas um sinônimo de capacidade para ser um conjunto de traços que já nasce com o indivíduo e que não é facilmente percebido, além das características que ele tem de buscar, sempre, no cotidiano. Entre elas estão o respeito aos papéis sociais, o autoconceito, os traços da personalidade individual, a motivação e o motivo para realizações, entre outras. A exigência então para o profissional moderno dentro da gestão por competências passa por uma série de características técnicas e comportamentais adaptadas ao novo modelo da gestão do conhecimento e da era das contínuas mudanças. As mais significativas são:
O domínio de idiomas e da informática são essenciais em todos os segmentos de atuação;
Aptidão para o trabalho em equipe e gostar de trabalhar em equipe;
Saber formular questões, mantendo o foco em gerar soluções;
Praticar seu marketing pessoal com eficácia;
Manter a inteligência emocional, equilibrando razão/emoção e o quociente técnico/emocional;
Manter vida familiar bem estruturada, visando à congruência do saber conviver bem com as pessoas;
Realizar atividades paralelas ligadas à qualidade de vida como arte, ginástica, religião etc.;
Ter abertura para o aprendizado constante;
Cultivar o senso de humor em todos os momentos, sendo estes críticos ou não, mantendo boa capacidade de resiliência;
Saber que se é responsável pelo próprio desenvolvimento e ter atitude para planejar e desenvolver as instâncias necessárias.
Apesar de a palavra proatividade ser atualmente muito comum nas organizações, trata-se de um termo que não encontraremos na maioria dos dicionários. Ela significa muito mais do que tomar a iniciativa. Implica que nós, como seres humanos, somos responsáveis por nossas próprias vidas. Nosso comportamento resulta de decisões tomadas e não das condições externas. Pessoas proativas acostumam-se com a responsabilidade. Não colocam a culpa por seu comportamento nas circunstâncias, condições ou condicionamentos. Seu comportamento é produto de sua própria escolha consciente, baseada em valores, e não resultado de um condicionamento, baseado em sentimentos. Uma vez que somos, por natureza, proativos, nossa vida só será consequência das condições e condicionamentos se deixarmos que esses fatores controlem nossa mente, por decisão consciente ou omissão. Se essa foi nossa opção, tornamo-nos reativos. As pessoas reativas são afetadas pelo ambiente físico. Se o tempo está bom, elas se sentem bem. Caso contrário, mudam a atitude e a performance. As pessoas proativas carregam o tempo dentro de si.
Faça chuva ou faça sol, não interessa; elas avançam graças a seus valores. E se um de seus valores é realizar um trabalho de qualidade, ela não depende de o tempo estar assim ou assado. As pessoas reativas também são afetadas pelo ambiente social, pelo "tempo social". Quando as pessoas as tratam bem, sentem-se bem. As pessoas reativas são levadas pelos sentimentos, pelas circunstâncias, condições e ambientes. Os proativos são guiados por seus valores, cuidadosamente pensados, selecionados e interiorizados. Os proativos continuam sendo influenciados pelos estímulos externos, sejam estes sociais, físicos ou psicológicos. Mas a resposta aos estímulos, consciente ou inconsciente, é uma escolha ou reação baseada em valores, como nas palavras de Gandhi: "Eles não conseguem levar embora nosso respeito próprio, se não o entregarmos a eles". Como podemos perceber, o novo profissional deixa de ter os velhos padrões e passa a ter a responsabilidade pelo seu próprio desenvolvimento. Antes, os profissionais apenas esperavam que as empresas a que eram vinculados investissem ou mesmo gastassem vultosas quantias no seu desenvolvimento quando, muitas vezes, eram profissionais que não vislumbravam nem os seus próprios objetivos, quanto mais os objetivos das empresas. Atualmente, o que constatamos é um profissional com objetivos definidos, buscando sempre o seu autodesenvolvimento, não esperando que alguém venha a tomar decisões por ele, mas tomando a iniciativa de decidir ou mesmo propondo decisões para serem implementadas. A polivalência torna-se obrigatória e a poli especialização é, sem sombra de dúvida, a grande tendência do futuro.
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